Uma criança é considerada hipotônica quando apresenta diminuição do tônus muscular e fraqueza nos músculos envolvidos.
São diversas as causas para a hipotonia e as doenças neuromusculares devem ser sempre pensadas na rotina de investigação diagnóstica.
A causa pode estar localizada nos músculos propriamente ditos (distrofias musculares), nos nervos periféricos (neuropatias periféricas) ou na medula espinhal (atrofia espinhal)
O quadro clínico inicial pode ser semelhante, independente da causa e caracteriza-se por atraso na aquisição das habilidades motoras da criança durante o desenvolvimento.
Acomete crianças sem nenhuma característica clínica específica para diagnóstico de síndromes.
São crianças que não rolam, não sustentam a cabeça, não sentam de forma independente e quando colocadas sentadas, não sustentam o tronco e caem para os lados.
Algumas conseguem ficar em posição de pé independente mas caminham apenas pequenas distâncias, sempre apoiadas pelas mãos dos cuidadores.
A atrofia muscular espinhal:
Trata-se de uma patologia hereditária, com padrão de herança autossômica recessiva, que caracteriza-se por uma degeneração das células motoras da medula espinhal.
Não há predileção por sexo, podendo acometer meninos ou meninas.
A história clínica é de uma criança com atraso no desenvolvimento motor, muitas vezes com nascimento sem intercorrências.
A investigação para o diagnóstico definitivo deve ser conduzida pelo neurologista pediátrico, que avalia o padrão de fraqueza da criança através do exame físico, a história familiar e de nascimento da criança.
No que diz respeito aos exames complementares para elucidar a hipotonia existem: dosagem enzimática muscular, biópsia muscular e, em casos selecionados, a eletroneuromiografia.
O prognóstico é definido de acordo com a velocidade de progressão da fraqueza muscular.
As formas de apresentação:
Existem 3 formas de apresentação:
– Aguda infantil: fraqueza generalizada nos primeiros meses de vida associado à insuficiência respiratória.
– Crônica infantil: manifesta-se durante o primeiro ano de vida sendo que, a fraqueza muscular tem progressão inicial e depois permanece estática e sem progredir durante longos períodos
– Crônica juvenil: apresenta-se tardiamente com fraqueza gradual e progressão lenta.
O tratamento ortopédico:
Importante ressaltar que, na dependência do envolvimento muscular, existirão crianças com atrofia espinhal, que terão capacidade de caminhar e aquelas que não terão esta capacidade e portanto serão cadeirantes.
A patologia evolui com deformidades articulares devido ao desequilíbrio dos músculos ao redor das articulações.
Quadris, joelhos, pés e coluna vertebral precisam ser monitorados com exame físico periódico e tratados.
Inicialmente, o tratamento fisioterápico é recomendado visando estímulo motor global, manutenção da mobilidade articular e a prevenção de deformidades.
Órteses são recomendadas para o controle de posições viciosas articulares precocemente nas crianças que não caminham ou, mais tardiamente, naquelas submetidas à cirurgia ortopédica para preservar a capacidade de caminhar.
Cirurgias ortopédicas visam a correção de contraturas articulares em quadris, joelhos e pés que estejam prejudicando a marcha naquelas que mantém esta habilidade motora.
A escoliose neuromuscular deve ser corrigida com artrodese vertebral nas crianças cadeirantes, pois a deformidade acentuada prejudica a postura sentada adequada e leva a obliquidade pélvica.
Um abraço a todos!
Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.
Consultório: Barra Life
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