Continuaremos com nosso breve bate-papo acerca das estereotipias, presentes no transtorno do espectro autista. Nesse texto, falaremos sobre possíveis desencadeadores desses comportamentos regulatórios. Como falamos no artigo anterior “O que é a estereotipia?”, para conseguirmos agir adequadamente com as estereotipias de nossas crianças também é preciso conhecer suas causas.
As causas são extremamente variadas e podem se apresentar de maneira diferente em cada criança. Contudo, supõe-se três possíveis desencadeadores das estereotipias, dentro do transtorno do espectro autista (TEA): alteração comportamental devido ao TEA; alteração sensorial; e tendência a repetição. Falaremos de maneira abrangente sobre todos esses pontos.
O isolamento social é um dos grandes contribuintes para o aparecimento desses comportamentos atividades não compartilhadas. Um dos pilares do transtorno do espectro autista é a dificuldade de desenvolver esses vínculos sociais de qualidade.
Ou seja: ao não estar se beneficiando da troca com o outro, com a troca de informações com seu ambiente cultural e social (da forma padrão), ela não se nutrirá de novas habilidades motoras, subjetivas, entre outras. Isto fará com que a mesma se refugie em suas estimulações sensoriais para atingir a nutrição de estímulos que o cérebro precisa, mas que ela não percebe no meio externo (como vimos anteriormente).
As estereotipias surgem, também, relacionadas a situações emocionais intensas e repentinas, ou que exijam da criança grande esforço de atenção em algo que não lhe é de interesse.
Por algum motivo interno ou externo, a criança pode ter dificuldades em controlar e organizar as informações que recebe, o que acarreta uma grande ansiedade que é canalizada para o comportamento não compartilhado.
No próximo texto falarei sobre como proceder com a estereotipia.
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Juliana Pellegrino, Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010). É Gestalt-terapeuta pelo Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão e Terapeuta Familiar Sistêmica Breve pelo Núcleo Pesquisas – Moisés Groisman. Trabalha como Psicoterauta individual de crianças, adolescente e adultos e também faz atendimento familiar e de casal. Trabalha atualmente com intervenção precoce em crianças com desvios no desenvolvimento, com o foco em crianças com possível risco autístico ou já diagnosticadas autistas. Também realiza Grupos Terapêuticos Infantis (enfoque na melhoria de habilidades sociais e estimulo de desenvolvimento) e Grupos Terapêuticos de Adultos (os temas variam de acordo com a demanda, por exemplo: Grupo de apoio à mães de crianças especiais).
Consultório: Largo do Machado, Rio de Janeiro – Brasil
Telefone para contato: (21)98320-4159
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