Como vimos no texto “Conhecendo o cérebro do Autista”, para conseguirmos agir adequadamente com as estereotipias de nossas crianças é preciso conhecê-las. Então, nada melhor do que saber: O que são elas?
É qualquer comportamento motor, verbal ou emocional que acontece de maneira repetitiva e sem motivo aparente para quem observa.
Uma das coisas mais importantes que precisamos entender é que se tratam de comportamentos regulatórios consequentes à alguma necessidade da criança (ou adulto) que não está sendo suprida por algum motivo – muitas vezes desconhecido.
A Estereotipia é um AJUSTE e não um “problema”. Todos nós temos algum comportamento auto-regulatório, exemplos: se balançar, sentar de pernas cruzadas ou dar pulinhos quando muito apertado para ir ao banheiro; roer unhas; piscar ou fechar o olho quando chega em algum lugar muito iluminado, morder tampa de caneta assistindo uma aula, entre muitos outros exemplos.
A diferença dos nossos comportamentos auto-regulatórios para os dos autistas está na frequência com que são realizados e no comprometimento de atenção que essas estereotipias acabam trazendo.
Os exemplos mais comuns de estereotipias observadas em crianças com TEA são:
– Flapping (movimento de balançar as mãos);
-Girar em torno de si mesmo;
-Interesse excessivo em observar objetos que giram;
-Pular em cama, sofá, no chão;
-Balançar o corpo para frente e para trás;
-Deixar o olho fixo em um objeto e movimentar apenas a cabeça;
-Andar na ponta dos pés;
-Fazer sons de estalo com a língua
-Repetir frases, palavras, trechos de músicas ou filmes fora do contexto considerado adequado;
-Gritar sem motivo reconhecido;
– Lamber as mãos;
– Repetir frases ou palavras por longos períodos fora do contexto;
– Bater na cabeça;
Todos os exemplos se adequam a crianças com cérebros mais imaturos. À medida que esse cérebro vai amadurecendo, as estereotipias ganham um caráter mais avançado. Tendem a se voltar para comportamentos repetitivos de ordem superior que são mais voltados para rituais, rotinas e compulsões.
Esses padrões podem se tornar habilidades. A pessoa que gosta de carros, por exemplo, vai saber tudo sobre eles, colecionará miniaturas, provavelmente trabalhará no meio e se tiver oportunidade só falará sobre o tema. As citadas anteriormente podem permanecer em alguns casos mais severos.
Por ser um assunto muito vasto, publicaremos diversos textos sobre o tema, caso tenha interesse, você pode se inscrever na nossa newsletter e receber os próximos textos.
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Juliana Pellegrino, Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010). É Gestalt-terapeuta pelo Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão e Terapeuta Familiar Sistêmica Breve pelo Núcleo Pesquisas – Moisés Groisman. Trabalha como Psicoterauta individual de crianças, adolescente e adultos e também faz atendimento familiar e de casal. Trabalha atualmente com intervenção precoce em crianças com desvios no desenvolvimento, com o foco em crianças com possível risco autístico ou já diagnosticadas autistas. Também realiza Grupos Terapêuticos Infantis (enfoque na melhoria de habilidades sociais e estimulo de desenvolvimento) e Grupos Terapêuticos de Adultos (os temas variam de acordo com a demanda, por exemplo: Grupo de apoio à mães de crianças especiais).
Consultório: Largo do Machado – Brasil
Telefone para contato: (21)98320-4159
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