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Cisto ósseo em crianças: as queixas








Existem dois tipos de cisto ósseo em crianças, o simples e o aneurismático.

Ambos são lesões ósseas benignas, porém, apresentam comportamento muito distinto.

Aqui o leitor vai encontrar todas as informações sobre as manifestações clínicas de uma criança que é acometida pelo cisto ósseo aneurismático.

O que é?

O cisto ósseo aneurismático é uma lesão benigna, pseudotumoral, ou seja, se assemelha a um tumor, onde há a formação de uma cavidade dentro do osso envolvido, de crescimento lento e progressivo, levando ao enfraquecimento ósseo com possibilidade de fratura por trauma mínimo.

A causa da lesão é desconhecida, existindo algumas teorias de que a lesão ocorreria devido a uma malformação nos vasos sanguíneos intra-ósseos (fístula arteriovenosa)

Pode acometer qualquer osso sendo mais comum em fêmur (osso da coxa), tíbia (osso da perna), coluna vertebral e úmero (osso do braço).




Exemplo de lesão no fêmur esquerdo.



Essa lesão acomete qualquer faixa etária na infância, tendo pior comportamento em crianças de baixa idade, com lesão mais agressiva e com maior possibilidade de recidiva local.

Como suspeitar?

Quando acomete os membros inferiores, a queixa inicial é de que a criança manca (claudicação).


Geralmente há dor no segmento acometido e, ao exame físico, feito na consulta médica, limitação na mobilidade da articulação mais próxima da lesão.

Pode ser encontrado aumento de volume local, ou seja, um aspecto de caroço ou inchaço local de consistência endurecida, devido ao alargamento do osso acometido.

A primeira manifestação pode ser também de uma fratura devido a uma queda da própria altura ou por trauma de baixa energia, chamada de fratura patológica, ou seja, aquela fratura que ocorre não pela intensidade do trauma mas sim pelo enfraquecimento do osso em função da lesão existente.

Como fazer o diagnóstico?

É necessário sempre a presença da imagem sugestiva de lesão na radiografia.


Lesão no fêmur esquerdo, alargando o osso e enfraquecendo a parede óssea.


O aspecto é de uma cavidade dentro do osso, levando ao alargamento progressivo do osso e ao seu enfraquecimento.

Exame tomográfico também é importante, principalmente para identificar o conteúdo no interior da lesão e avaliar toda a extensão da cavidade em diversos planos de imagem.


Observem a cavidade formada no fêmur esquerdo.


A confirmação diagnóstica:

Exige uma biópsia incisional, ou seja, procedimento cirúrgico em que um segmento da lesão é retirado e enviado para laboratório para exame microscópico.

Precisamos entender que nem toda lesão que forma uma cavidade dentro do osso é um cisto ósseo aneurismático, pois existem diagnósticos diferenciais, de lesões de aspecto semelhante, que precisam ser afastadas com a biópsia.

O tratamento:

Existem algumas possibilidades, sendo as principais:

– Cirurgia para curetagem da lesão e enxertia óssea (utóloga, quando o osso é da própria criança/ Homóloga, quando o osso usado é de banco de osso);

– Escleroterapia, ou sejam, infiltração da lesão com medicamento que impede o fluxo sanguíneo anômalo local, permitindo a neoformação óssea e a cura da lesão;

– Embolização;

– Resseção em bloco do segmento acometido e enxertia óssea vascularizada

Pré-operatório

Pós-operatório enxertia óssea.



O acompanhamento pós-cirúrgico deve ser regular, pois os cistos ósseos aneurismáticos têm possibilidade de recidivas locais, exigindo novo tratamento.




Um abraço a todos!


Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.

Consultório: Barra Life

Av. Armando Lombardi, 1000 – sala 231, bloco 2, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro

Telefone para contato: 3264-2232/ 3264-2239




Criança e Saúde

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