O hospital não é um ambiente ideal para os bebês o que fazer quando esses pequenos precisam passar uma longa temporada neste ambiente que acaba sendo hostil, sem estímulos e frio para um ambiente acolhedor e confortável para o bebê que acabou de vir ao mundo?
É pensando na humanização do hospital que é fundamental a presença de um terapeuta ocupacional para trabalhar nas patologias estimulando -os em uma rotina menos estressante que é uma incubadora e um ambiente um pouco mais prazeroso, podendo diminuir os momentos de dor e incômodo, adaptando, melhorando e orientando aos pais e responsáveis quanto ao acolhimento da sua chegada ao mundo.
Para isso nós terapeutas ocupacionais utilizamos técnicas como a contenção do bebê, estímulo visual com amostras redondas, que assemelhe com os rostos. Sendo o círculo a primeira forma que ele entra em contato: Como a barriga, o rosto e os seios da mãe.
Sabemos que há muitos estímulos assustadores como as várias intervenções que são realizadas para os procedimentos médicos, bebês ficam solto e sem roupa na incubadora, a luz intensa irritadiça e a porta ou a campainha que toca, enfim um conjunto de acontecimentos que estressa e irrita o bebê. Sendo prejudiciais e apresentando atrasos no desenvolvimento.
É com intuito de amenizar tais atrasos e orientar aos pais e responsáveis como acolher esse bebê e tornar a rotina do hospital menos hostil e criar um ambiente acolhedor para o bebê que usamos o método canguru. Considerado um método de assistência neonatal que implica contato pele a pele precoce entre a mãe e o bebê de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficientemente, permitindo dessa forma uma participação maior dos pais no cuidado ao recém nascido.
O trabalho da terapia ocupacional se estende após a alta com estimulação a prática do aleitamento materno e cuidados de higiene, a mãe precisa sentir-se segura, acolhida e confortável para cuidar. Além de avaliar o crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor, orientando precocemente quanto aos desvios , sequelas e situações clínicas de risco, identificar os que necessitem de intervenção para estimulação visual, auditiva, motora, cognitiva e principalmente o vínculo mãe – bebê.
Os cuidados vão além do contato direto com os bebês. O olhar atento do terapeuta ocupacional para os cuidados do ambiente são fundamentais , desde a redução de ruídos, lixeiras e portas emborrachadas, garantia do ciclo de luz dia e noite com luz natural e iluminação artificial individualizada, orientação quanto ao banho terapêutico.
Os objetivos da terapia ocupacional na UTI são:
Observar os movimentos e reações do bebê como está naquele dia, se está atento à face humana, aos sons, quais são seus movimentos, quais reflexos apresenta.
Como reage ao toque
Observar o vínculo pais e bebês
Como ocorre a interação, o estado da mãe, se pega manipula o bebê como reage ao choro do bebê, como amamenta.
A intervenção da terapia ocupacional deve ser tanto para inibição ou estimulação , deve-se estruturar o ambiente de tal forma que consiga uma melhor auto organização.
É importante rolinhos para conter o bebê e assim diminuir o espaço dentro da incubadora para que o Recém nascido sinta-se mais protegido, aconchegado, calmo e confortável.
A terapia ocupacional é o profissional responsável em orientar os pais e responsáveis para confecção de adaptação que possam melhorar o ambiente como o posicionador para bebês feito com espuma autolavável.
Junto com bebê nasce uma mãe, um pai que se reestrutura para recebê-lo. A humanização da UTI neonatal aliada a capacitação da equipe e a infra estrutura adequada é responsável pela pronta recuperação dos prematuros nas mais variadas patologias.
Orientação quanto aos cuidados e o brincar pós alta é fundamental para o desenvolvimento do bebê. Os pais devem sentir-se seguros no cuidado na realização das Avds e a importância do brincar para o desenvolvimento neuropsicomotor e estimulação dos bebês.
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Jaqueline Mourão, Terapeuta Ocupacional, graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizo atendimentos em crianças com sequelas neurológicas, síndrome de Down, autismo e atraso no desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial e dificuldade de aprendizagem que dificulta o desempenho ocupacional na realização das atividades de vida diária. Durante os atendimentos sou adepta a prática da integração sensorial como técnica de estimulação e desenvolvimento do sistema vestibular, proprioceptivo e sensorial como forma de reduzir as sequelas e os estímulos exacerbados do meio. Faço parte do Movimento Pró vida, em defesa dos nascituros, da intra e pós uterina, desde a concepção até o nascimento e desenvolvimento do recêm – nascido. Estou em constante defesa diante de apresentações e exposições orais da inclusão escolar e como a terapia ocupacional pode e deve colaborar e intervir durante o processo de inclusão escolar.