A escoliose é um desvio lateral e rotacional da coluna vertebral.
É frequentemente observado pelos pais da criança ou adolescente, através da observação de sinais simples como:
– Desnível na altura dos ombros;
– Desnível na bacia (pelve);
– Assimetria na cintura.
A manobra de inclinação anterior do tronco com evidente formação da gibosidade (caroço) nas costas, chama a atenção para curvas estruturadas, rígidas, que exigem diagnóstico e tratamento precoce.
Nos dias atuais, ainda nos deparamos com pacientes que têm, na sua primeira consulta, curvas escolióticas graves, valores angulares acima de 40 graus, impossibilitando a indicação do tratamento conservador, tendo portanto, seu diagnóstico já em fase tardia de evolução.
Para tentar entender os motivos do diagnóstico tardio e tentar mudar este cenário, diversas publicações científicas abordaram o assunto com alguma conclusões interessantes que merecem uma reflexão de todos nós.
Estima-se que cerca de 5,5% das escolioses são diagnosticadas, na primeira consulta, com valores acima de 40 graus.
Assimetria nos ombros e cintura
Gibosidade com inclinação do tronco
A maioria dos responsáveis pela criança ou adolecente reconhecem que demoraram a procurar ajuda médica assim que souberam da suspeita de escoliose.
Os motivos para a demora mais citados foram:
– Desconhecimento sobre o que é escoliose, sua definição, história natural e suas implicações para a saúde da criança ou adolescente;
– Falta de tempo devido às ocupações profissionais dos pais, impossibilitando-os levar a criança para a consulta com o especialista;
– Iniciação de terapias alternativas, sem sucesso, antes de procurarem avaliação do especialista;
– Nunca foram informados da suspeita da deformidade em seus filhos/as, antes da consulta com o especialista.
A maioria dos estudos conclui que a falta de informação para os pais e cuidadores sobre a suspeita da deformidade e a pouca ênfase sobre a importância da avaliação precoce com o especialista, são os fatores que mais contribuem para a alta incidência do diagnóstico tardio da escoliose.
As sugestões para reverter este cenário residem em realizar um programa mais eficaz de informação para para os pais e todos os profissionais de saúde que lidam com crianças (pediatras, profissionais de educação física, recreadores, professores) e para a comunidade, como um todo, sobre como reconhecer a escoliose e enfatizando a importância da avaliação precoce com o especialista, na presença de sinais da deformidade.
A retomada dos programas de triagem escolar para reconhecimento precoce da deformidade também ajudam a diminuir os elevados índices de diagnóstico tardio.
Com medidas simples permitimos que o diagnóstico e tratamento sejam realizados precocemente, diminuindo assim as curvas que terão indicação cirúrgica imediata.
Obrigado pela atenção.
Um abraço a todos!
Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.
Consultório: Barra Life
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