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Os Fatores de Risco à Dependência Química e Alcoolismo


Como já vimos, a adolescência é um período de transição, sem um marco definido de idade (+/- dos 10 aos 20 anos de idade), onde os padrões familiares e individuais começam a ser redefinidos. A criança se “despede” e um futuro adulto começa a se formar.


Todas essas mudanças causam grande impacto na vida do jovem. A família deixa de ser a maior referência social e os grupos de amigos começam a ganhar maior importância na sua formação de imagem. Existe uma grande pressão para serem aceitos nos grupos e terem popularidade.


Se pararmos para pensar, a adolescência é uma fase de perdas. Fazemos o luto pela criança que já não existe mais. O agora adolescente deve se despedir de sua criança e começar a formar seu adulto. Entender que aquela pessoa que era antes já não deve mais funcionar daquela maneira, e que novas responsabilidades e expectativas são postas sobre si – o que não é nada fácil.


Podemos associar a adolescência a um período de obras em casa: quebramos o que já não está mais adequado (a infância) e, no lugar, construirmos algo mais funcional e adequado (que seria a vida adulta). Para reformar a casa, é necessário derrubar paredes, incomodar os vizinhos com os barulhos da obra, brigar com o arquiteto porque ele não fez algo do jeito que queríamos e até mesmo ter raiva de si mesmo por ter “escolhido” passar por tudo isso. Enfim, a adolescência é exatamente esse período de caos. É a fase em que tudo está no chão precisando ser levantado.


Agora ficou mais fácil entender o quão desestruturante é viver a adolescência – tanto para os pais, quanto para os filhos. Justamente por isso, este período favorece a instalação de quadros de dependência química ou alcoólica.


Quais são os fatores de risco de risco para o uso de drogas e álcool?


1- Influência social: pais, amigos ou pessoas próximas que fazem uso de alguma substância, lícita ou ilícita (permitida ou proibida pela lei).Exemplo: Uma família onde um de seus membros faça uso indiscriminado de calmantes sempre que algo o afeta e o irrita. Se este tipo de hábito ocorrer com frequência na frente do adolescente, já pode ser um gatilho (atitude que encoraja) para a busca de droga ou álcool quando uma situação se apresentar desestruturante para o mesmo. Casas lotadas de bebidas alcoólicas (ou outras substâncias) expostas e com fácil acesso por parte do menor também são um convite ao uso. Claro que isso não é um fator obrigatório para que o vício se instale, mas se a influência social é um dos principais fatores de risco, não podemos negligenciar a influência do primeiro e, até então, principal ambiente social que é a família;


2- Falta de limites, de regras claramente estipuladas e conversadas;


3- Ausência ou baixa noção de responsabilidades (vai desde um arrumar a cama, fazer dever de casa, arrumar o quarto, ajudar nas tarefas de casa até o saber que sua atitude pode ter um impacto na vida de uma outra pessoa);


4- Desempenho escolar insatisfatório;


5- Auto estima baixa;


6- Ambiente familiar hostil :relacionamento ruim entre os pais, relacionamentos ruins entre os familiares e seus pais, relacionamento ruim entre o jovem e os pais;


7- Traumas;


8- Pais que toleram ou deixam passar infrações. Exemplo: o jovem falta a aula sem autorização dos pais, os mesmos descobrem e ligam para escola inventando que o adolescente faltou pois não estava se sentindo bem;


9- Aspectos culturais;


10- Pré disposição genética: a disposição ao estabelecimento de um vício é algo que afeta estrutura do organismo. A tolerância a uma substância pode ser passada por gerações. Filhos de alcoolistas, por exemplo, tendem a ter menor sensibilidade aos efeitos do álcool do que os filhos de não alcoolistas.


É preciso estar ciente de que esses não são fatores que obrigatoriamente levam uma pessoa a buscar por alguma droga (incluindo álcool). Esses são fatores que, dentro de uma situação por si só desestruturante como a adolescência, podem influenciar e alimentar a instalação do vício.


Independente do risco do contato com as drogas, se seu filho estiver exposto a um ou mais fatores de risco citados, redobre sua atenção para o mesmo. Pode ser que ele esteja precisando de ajuda.


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Juliana Pellegrino, Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010). É Gestalt-terapeuta pelo Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão e Terapeuta Familiar Sistêmica Breve pelo Núcleo Pesquisas – Moisés Groisman. Trabalha como Psicoterauta individual de crianças, adolescente e adultos e também faz atendimento familiar e de casal. Trabalha atualmente com intervenção precoce em crianças com desvios no desenvolvimento, com o foco em crianças com possível risco autístico ou já diagnosticadas autistas. Também realiza Grupos Terapêuticos Infantis (enfoque na melhoria de habilidades sociais e estimulo de desenvolvimento) e Grupos Terapêuticos de Adultos (os temas variam de acordo com a demanda, por exemplo: Grupo de apoio à mães de crianças especiais).

Consultório: Largo do Machado, Rio de Janeiro – Brasil

Telefone para contato: (21)98320-4159

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