As fraturas do fêmur em crianças podem ocorrer por diversos mecanismos:
– Traumas de alta energia, como os provocados por acidentes automobilísticos, atropelamentos, acidentes com motocicleta;
– Trauma de baixa energia, como os que ocorrem em práticas esportivas;
– Acidentes em playground, como as quedas de balanço e do escorrega;
– Iatrogênicas, como as que ocorrem por ocasião do nascimento, em partos traumáticos (toco traumatismo);
– Fraturas patológicas, ou seja, aquelas provocadas por trauma mínimo, em osso com patologia tumoral ou infecciosa, que torne-o enfraquecido.
– Maus tratos (agressão física), também deve ser levado em consideração, diante de fratura do fêmur, em crianças de baixa idade, principalmente nas abaixo de 1 ano.
Os traumas de alta energia provocam lesões em vários locais no corpo, podendo, inclusive, ameaçar a vida da criança. São as crianças poli traumatizadas.
Nos traumas de baixa energia, a fratura de fêmur geralmente é uma lesão isolada.
O quadro clínico:
A criança apresenta dor, deformidade, edema na coxa e impossibilidade para marcha.
Pode apresentar lesões na pele como escoriações, equimose e, em traumas de alta energia, lesão cutânea expondo o osso.
Avaliação dos pulsos periféricos e da mobilidade dos pés devem ser sempre feitas no atendimento inicial, devido à possibilidade de lesão vascular ou de nervo periférico.
O diagnóstico:
É confirmado com radiografia do segmento acometido, sempre incluindo o osso todo, ou seja, as extremidades acima e abaixo da fratura devem ser visualizadas, devido à possibilidade de outras fraturas associadas, no mesmo osso.
A descrição:
Quanto ao tipo de fratura, podemos ter:
– Fraturas com traço transverso;
– Fratura com traço em espiral, ou oblíqua, (foto abaixo)
– Fratura com múltiplos fragmentos, conhecidas como cominutivas
Quanto à integridade da pele:
– Fratura pode ser fechada, ou seja, a pele está íntegra;
– Fratura exposta, onde há uma lesão na pele, que comunica o foco da fratura com o meio externo.
O tratamento:
Depende de vários fatores, onde destaco:
– Idade da criança;
– Fratura isolada ou poli traumatismo;
– Tipo de fratura;
– Peso da criança;
– Condições da pele.
Existem diversas formas de tratamento:
– Manipulação da fratura, com a criança anestesiada no centro cirúrgico e colocação de gesso imediato, sob controle de imagem (foto abaixo)
(Posicionamento anatômico da fratura após a manipulação e colocação do gesso)
– Tração seguido de gesso;
– Tratamento cirúrgico com fixação interna;
– Tratamento cirúrgico com fixação externa.
A forma de tratamento ideal é aquela que permite o bom alinhamento da fratura, consolidação adequada, reabilitação precoce das articulações, restabelecimento da marcha, menor tempo de internação e retorno precoce para a escola.
Quando falamos em tratamento cirúrgico das fraturas do fêmur em crianças, o método mais moderno de fixação é conhecido como hastes flexíveis de titânio.
Respeitados os critérios de indicação, permitem a adequada consolidação sem a necessidade de via de acesso cirúrgica ao foco da fratura, pois o alinhamento adequado do osso pode ser obtido com a simples manipulação na sala cirúrgica.
As hastes podem ser inseridas de forma retrógrada, ou seja, tendo seus pontos de inserção logo acima do joelho ou podem ser anterógradas, quando a inserção é logo abaixo do quadril.
Preservam as regiões de crescimento do osso, o tempo de internação é curto e, não exigem imobilização gessada pós-operatória, permitem mobilizar joelho e quadril precocemente, carga precoce e rápido retorno para a escola.
Um abraço a todos
Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.
Consultório: Barra Life
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